Monday, November 20, 2006

Sintra II

Já lá em cima perguntei ao guardião
se queria que o rendesse, na manhã fria.
Orgulhoso e altaneiro disse-me que não,
pediu-me só que lhe fizesse companhia.
Sentei-me num colosso de basalto, calado
percebi que me olhava as feridas, pensava…
– O que há aqui de valor tão pesado,
Que vos faz subir de gatas e deixar as asas no caminho?

1 comment:

Anonymous said...

Eis os dedos:
a matéria do desejo
com que esculpimos
palavras
e colossos...
acrescenta-se o barro
e eis o homem!
Sedento de altura
preso ao chão
a qualquer fada
suplicando a dádiva
de um fio esparso
de matéria alva
com que alçar-se
nas sendas infinitas!
Para onde levas teu oiro
te pergunto
porque hás-de prendê-lo
na montanha?
Solta os dedos
tece os arabescos
e após ti irás...
esquecido o corpo!

Para ti, Fauno, um improviso!