Thursday, May 31, 2007




Contrastes da paisagem

Em lugares assim recolhi lendas,
pedaços de tecido e linha com que me coso
e essa luz que passa pelos interstícios,
dão coesão há tela ou cortina de fendas,
mostrando a quem caminha ao sol, pesaroso,
que o homem é a amalgama de cheios e vazios.
A pequena folha do sobreiro constrói maciços
e o mato, singelas vivazes, cobre o imenso solo
protegendo até os austeros capotes de cortiços,
nesta irmandade verde seco sedento de consolo,
que chora ao astro impiedoso a sua sede,
efémero exercito de vida que regressa anualmente
ao lugar onde morre e onde a semente sente
o efémero festival que a seca antecede…

2 comments:

Sérgio J. F. Matos said...

Estes teus poemas são inspiradores...

E como já disse e me repito: muito que para aí se publica como sublime, não tem metade da qualidade destas letras em perfeita harmonia que a este guardião da memória tu emprestas com afecto...

Aguardando por mais...
S.

Francisco Martins said...

Alô master faun! Resolvi fazer-te uma visita...e como sempre, saio daqui inspirado! continua com o bom trabalho!