Sunday, June 04, 2006


Sentir o cadafalso a abrir
mesmo por debaixo dos meus sonhos
e em seguida cair sem parar
nesse hiato ter tempo para reflectir,
perceber o muco que cobre as paredes deste poço
a matéria que ao longe luzia como ouro
é na realidade um ranho viscoso
foi assim que senti a universidade
como uma ruína adulterada.

Porque é que os mestres perderam o lustro?
Já não são os moveis poeirentos
de onde os tomos buscamos sem vaidade
substituíram essa boa mobília por uns arames
estruturas bamboleantes de um brilho tolo…
e eu perdi-lhes o respeito e tornei-me arrogante
de um tempo morto pela conivência
desta universidade só tirei a saudade
de uma falsa graça por conviniência.

2 comments:

Sérgio J. F. Matos said...

A utopia da faculdade como Academia Platónica, ou mesmo, como Liceu Aristotélico… também lá tropecei – caríssimo – para me levantar mais forte que nunca…

E lá te espero, na primeira trincheira… moto-serra em punho…

Fauno said...

...em modo Let them come, e no fim sabemos que estará de pé...