Wednesday, May 28, 2008


Efígie no seu Trono
(...)
-Agora, sem essa poderosa intuição, compreendes a loucura do que me estás a pedir?... A tua escolha como lei.
-...Nossa, se concordares sem reservas...
-Nunca aceitarei tamanha barbaridade... É uma tolice insistires...
-...Sim, é um acto de egoismo, vaidade bem sei...
-...E ainda assim prolongas esta conversa?
-Naturalmente – pois se o sei, se não recuso tais criticas – aceito o outro prato da balança.
-Aceitar leves consequências não admite razão.
Sabes que são pensadores, lendas, heróis, são momentos de um passado colectivo.
-Sem dúvida que o seu valor se poderia espelhar em outras situações.
-Em todas e nestas, sem escolhas parciais e feitios de vontade. Desempoeirando as obras, não os museus.
-Concordo... como concordei que esculturas e telas merecem o seu espaço natural, mas toda a arte que se move, que se troca...
-Aceito possíveis alterações bem repensadas, mas o que pedes não tem sentido algum.
-Concordo.
-Não tem motivo por si...
-Concordo.
-E nenhum suborno poderá alterar essa percepção como errada.
-Não, nunca tal supus... Mas compreende que isto não ultrapassaria o símbolo, o sinal...
-É a tua cara no centro de um papel!... um símbolo monetário... ridicularizando toda a nação!
-Aceito sem reservas que não mereço essa honra...
-Seguramente!
-O valor de longínquo falecido, ou a recente acção pautada de nobreza não se avizinham... mas como desejo pessoal – e neste palco capitalista – tudo se poderá flexibilizar sem dobras.
-Como podes constatar, nem tudo...
-Proponho um acordo de cavalheiros, precedido de mais uns minutos do seu tempo, Comendador...
O que tenho para trocar merece essa simpática atenção...